domingo, 16 de agosto de 2015

O Cordel

    Falando de cultura nordestina, não podemos deixar de pensar na literatura. Esta é uma das maiores formas de expressao da imaginação humana, além de promover um grande vínculo entre autores e leitores.
     A literatura nordestina é conhecida como Cordel ou Folheto, sendo escrita em pequenos livretos que ficam pendurados em cordões (como roupas em um varal), daí o nome Cordel. Ela já foi muito estigmatizada, e felizmente, hoje é aceita e respeitada; tendo até uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
 Possui um linguajar despreocupado, regionalizado e informal. Leandro de Barros e João Martins de Atahyde são dois dos pioneiros desse lindo gênero, que tem grandes representantes, ainda pouco conhecidos mas muito bem conceituados por sua escrita.
      Os seus enredos são compostos por situações do cotidiano nordestino, acompanhadas por xilogravuras, que o aproximam ainda mais do leitor. A seguir, um exemplo de cordel.

Ai! Se sêsse!...
Autor: Zé da Luz 

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

Fonte: catracalivre.com.br

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